A ARTE DE PRATICAR ESPORTE - Thábata Galvão
01/03/2010 00:12
Olá queridos Leitores...
Hoje temos uma convidada especial aqui no Ponto de entretenimento. A atleta Brasileira que mora nos EUA Thabata Galvão, que será responsável pelo post desta Sexta "Improvável" falando sobre dificuldades que encontrou, a vida no esporte, entre outras histórias...Leia comente e expresse-se!
A ARTE DE PRATICAR ESPORTE
por Thábata Galvão
Muitas pessoas pensam que praticar esporte é simplesmente exercitar alguma atividade física, seja ela profissional ou mesmo amadora. Porém, o esporte vai além disso, além de envolver muita técnica, também envolve psicológico, forca de vontade e muita, mas muita dedicação.Dizendo por experiência própria, devemos nos doar de corpo e alma, pois temos que abrir mão de muitas coisas: passeios, baladas, viagens de formatura, aniversários de parentes, férias prolongadas (que são mais pra “encurtadas” na verdade) entre outros entretenimentos.Mas é claro que cada esforço tem a sua recompensa, o que eu tenho a dizer particularmente é que ganhei muito com o esporte, além do prazer e satisfação de estar fazendo algo que gosto muito. Muitas de minhas conquistas foram devidas ao voleibol, como amizades duradouras, viagens, bolsas de estudos e, em especial, a oportunidade de estudar e jogar fora do país. E será com muito prazer que estarei aqui dividindo um pouco de minha experiência esportiva com vocês... Espero que gostem do bate papo...
Bom, não irei dizer a vocês que sair de casa ainda nova, e conquistar minha independência foi algo simples e de fácil aceitação, houve conversas, discussões e muita análise com meus pais antes de tomar tal decisão.A oportunidade surgiu com o interesse de uma amiga minha por estudar fora do país, onde ela me fez o convite de vir com ela, então começamos a correr atrás de toda a papelada, vídeos e currículos esportivos para mandar a diferentes técnicos de diferentes cidades americanas, até que, por coincidência, nos contatamos com uma técnica brasileira que se interessou pelo nosso voleibol e nos fez a oferta. Aceitamos, e em 3 meses estávamos partindo do Brasil.
Por mais que eu soubesse que eu voltaria depois de 9 meses, a despedida foi dura, foram dez horas dentro de um avião sozinha e a chegada ao pais de destino foi mais estranha ainda, pois não conhecia a pessoa que iria me buscar no aeroporto, e o engraçado, eles não sabiam como dizer o meu nome! Há Há.
Depois de chegar, tive que começar a me adaptar com os costumes, horários das refeições e disciplinas esportivas. Após tudo isso já ter virado algo automático ao meu dia a dia, a convivência no meio dos americanos tornou-se mais fácil, e assim que tem sido até os dias de hoje. Já passei por três escolas diferentes, em três estados diferentes, cada uma com seu valor, com seus costumes, atitudes e, principalmente, sotaque.Por mais que eu tenha cursado 5 anos de inglês no Brasil, esse pouco conhecimento que trouxe pra cá, ainda me fez penar um bocado. Difícil entender todas as gírias, a conversação em cada aula, instruções, enfim, tudo muito diferente do que se aprende quando está no Brasil.
Quando se está fora do país é que vemos o quanto somos patriotas e queremos lutar com unhas e dentes pela sua bandeira, e eu não seria diferente em pensar assim, mas tenho que confessar que os Estados Unidos com certeza têm alguns pontos a meu favor. O investimento na educação e no esporte, como sendo uma coisa só é muito grande e eles levam isso muito a sério, por isso encontramos com tantos estrangeiros durante os campeonatos em que participamos. Não somos remunerados com dinheiro “vivo”, mas temos de tudo, desde dormitório, refeições, uniformes, tênis, ate estadias em hotéis ao viajar, algo que, infelizmente, times base do Brasil estão longe de alcançar.
Viver longe de casa sem a família, amigos, namorado tem seu preço, bate a solidão, a saudade, angustia e o desespero, mas então você para e se concentra por um momento e lembra-se do propósito, da meta, do objetivo traçado e o motivo pelo qual você está ali, e logo se encaixa e tudo se ameniza. Não vejo à hora de logo me formar e poder voltar ao meu país de origem, pois acredito que nesse tempo que passei e ainda passarei por aqui, eu cumprirei da melhor forma possível, minha estadia por aqui!
Ponto de Entretenimento : Existe preconceito dos Americanos com os atletas Brasileiros?
Thábata Galvão : Não direi que é algo assim absurdamente escandaloso, mas sim eu acho que exista, ainda mais por virmos de tao longe, não sabemos tanto a lingua, da cultura e nem os costumes e além de tudo, tomamos o lugar de qualquer americano que poderia estar ali onde hoje estou.
Ponto de Entretenimento : O que você falaria para um adolescente que sonha em morar fora do país, em ser um atleta profissional, mas que não encontra incentivos familiares e governamentais?
Thábata Galvão : Eu acho que sempre temos que lutar pelos nossos objetivos, e mostrar principalmente ao nossos familiares que essa oportunidade seria uma boa, que iriá te trazer muitos beneficios... já o incentivo governamental, não acredito que tenha muito nao... a única coisa que e necessaria seria a ajuda do governo no consulado, mas no caso eh o governo americano que aprova sua aceitacao para a entrada no pais.
Ponto de Entretenimento : Você disse que namora, como é manter um relacionamento tão distante, você nos eua e a pessoa no Brasil?
Thábata Galvão : Namoro há 1 ano e pouquinho, e aprendemos a lidar com a distancia. A saudade bate forte, e difícil, mas nos falamos todos os dias e tentamos suprir o máximo que podemos essa ausencia física que existe entre nós. Mas nada disso nos torna mais distantes ou faz nós nos gostarmos menos, e acho que sim, acaba fortalecendo o relacionamento! Para amor nao há fronteiras neh?
Ponto de Entretenimento : Oque mais sente falta do Brasil?
Thábata Galvão : Sinto muita falta da comida brasileira, pois a comida daqui nao me agrada muito nao...tudo muito gorduroso, frito.. sinto falta daquela comidinha feita em casa, a da vovo, da mamae.. sempre é uma boa pedida.
Ponto de Entretenimento : Como é a relação entre você seus pais e familiares?
Thábata Galvão : O relacionamento com a familia eh constante e muito bom, falo com meus pais quase todos os dias, eles gostam de saber o que tenho feito por aqui como estao as coisas, se preciso de algo...coisas normais de pais!